sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

conversa entre nós.

filha minha!voce sabia o que dizia.
seu menino não poderia morar com o pai.
pai,mãe,não recebe bula,filho não é remedio.
não tem curso,não tem prova.
o filho chega,e se não sabemos como fazer,pedimos ajuda.
faltou humildade,faltou vontade,faltou amor.
um doce menino,um garoto inteligente,transformado em angustia e raiva,muita raiva!
adoecido,abandonado em sua própia casa.
me disse há poucos dias:
voce podia ter morrido no lugar de minha mãe.
concordei no mesmo instante,é fato,deveria mesmo.
voce partiu com tanto à fazer,eu estou aqui fazendo o quê?
minha revolta não se aplaca,minha raiva não termina,minha dor não acaba e a saudade me destroe aos poucos.
penso que minhas lágrimas secaram,e de-repente , picinam.
o peito se enfurece,e a dor cresce.
sua irmã está pedindo a guarda,vai conseguir,e voce poderá ter certeza que tudo será feito,para que ele se recupere de tanto sofrer.
falar de sua mórte é pesadelo,só em escrever a palavra,é crueldade.
saber que nunca mais nos veremos,é retalhar o corpo,encolher a alma.
não vou onde moras para sempre,iria por quê?
se não pósso mais te ver e abraçar,beijar e dizer que te amo,ir pra quê?
fico contigo aqui,no peito,junto de mim,vendo teu sorriso,alisando teus cabelos,ouvindo sua gargalhada.
carregarei comigo duas frases suas:
o que tiver de ser será!
não tem dor maior do que uma mãe perder um filho!
só não será feito o impossível por seu filho.
te amo eternamente!