terça-feira, 1 de julho de 2008

só quando eu me for.

Parece que tudo já se transformou, não é verdade!
A doênça, as idas e vindas do hospital, os remédios curativos, o repouso, a ida para a uti e a notícia.
_____Mãe, vamos precisar muito de você!
_____De mim?, comecei à morrer naquele instante.
Algo fugiu de mim, voei para algum lugar desconhecido.

___________________________________

Nada muda, nada mudou! mesmo tudo tendo mudado.
A venda da casa, à ida do filho junto ao pai, duas visitas ao cemitério.
Nada mudou, pois quando volto no tempo percebo o presente sem ela, e a dor está igual, e a saudade sufóca e o peito fica apertado.
No despertar do dia, na condução ou dentro da padaria.
Na madrugada quando vou ao banheiro, quando desligo a tv e quero dormir, quando me ajeito na cama, e de-repente, o choro chega.
Chega como chuva querendo cair pesada, começam os gemidos mas parecendo grunhidos.
lágrimas em demasia, soluços escandalosos, querendo correr para a rua.

Dê tempo ao tempo, que tempo?

Mais de quatro anos, igual ao primeiro dia.
O que fazer agora? um filho não substitui o outro.
Minha dor é pelo que partiu.
Minha alegria é pelo que ficou.
Conselhos frases, que tortura!
Não pósso culpá-los, não sabem o que é isso.
Os que se drogam são xingados, os bêbados não entendidos e os depressivos maltratados.
Mas se for um filho e partir, a dor não será menor.