Limpas ou sujas. Falamos ou nos calamos, sentimos dores, angustias, decepções, mágoas e raivas.
Abertas ou fechadas, apodrecem e se acabam. Se abrem e se fecham, trazendo alguém indesejável, levando alguém que amamos. Por elas, passam um chato, entram ratos, saem baratas. Por elas, entram crianças felizes e bem amadas, saem outras tantas oprimidas, carentes e medrosas. Entra o sol, entra a chuva, sai poeira e água suja. Mas ela não tem dores, nem amores, não chora nem tem pudores. Fica lá, imóvel, dura, seca e surda.
Por ela passamos eu e você, seja qual for sua cor e seu tamanho, o desenho ou a pintura. Pode ter chave ou cadeado, correntes e trancas. Continua lá, parada, podendo ranger e ser batida.
Lá dentro, por detrás dela, escondem-se dores, gritos e sussurros, medos e loucuras, planos e esperanças, crenças e ceticismo. Nela, nada dói. Não importa se limpa ou suja, se lá dentro ou se lá fora, é ali que mora o medo.
Lá dentro, por detrás dela, escondem-se dores, gritos e sussurros, medos e loucuras, planos e esperanças, crenças e ceticismo. Nela, nada dói. Não importa se limpa ou suja, se lá dentro ou se lá fora, é ali que mora o medo.