A morte sentou se à minha frente. hora pálida, hora rouxa e sêca. A boca murcha, o abandono, a própria rejeição. Coração disparado, dores pelo corpo, nas pernas, nas artérias.
Solidão! Rejeição!Abandono!
A cova é igual pra todos: muda a pompa, talvez haja uma salva de vinte um tiros ou a carreata em cima do carro do corpo de bombeiros andando pela cidade; muda o tamanho da fila para o velório, os modelitos dos óculos e a grife das roupas e, talvez, até as cores dos lenços de seda usados para secar lágrimas, as falsas e as verdadeiras.
A cova é igual pra todos: muda a pompa, talvez haja uma salva de vinte um tiros ou a carreata em cima do carro do corpo de bombeiros andando pela cidade; muda o tamanho da fila para o velório, os modelitos dos óculos e a grife das roupas e, talvez, até as cores dos lenços de seda usados para secar lágrimas, as falsas e as verdadeiras.
A cova é igual pra todos e fica a sete palmos abaixo do solo.Antes dela, bastaria uma visita por mês trazendo consigo uma caixa de bombons ou um pacote de bolachas. Quem sabe só um telefonema, uma visita com um pequeno sorriso. A cova é igual pra todos. Nela não caberá pertences, carros, jóias, pinturas ou perfumes franceses.
Sete palmos somente, para o político e o trabalhador, o mendigo ou o banqueiro, o bom ou o indecente.Se não há amor, poderia ser por compaixão, a piedade pelo abandono, pela clausura de uma vida morta. A hora vai chegar, seja você feio ou bonito, alto ou baixo, gordo ou magro, elegante ou mal vestido.
Não tem perdão, não tem por onde. Chega e carrega nos deixando todos iguais.
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