Vestida de branco, bordado de rosas cor de rosa. Muito jovem, amando muito e querendo muito meu neném, já no ventre haviam três meses.
Praia, sol, Cristo redentor, lençóis passados abertos, gavetas impecáveis.
Muitas brincadeiras saudáveis. Ela sentava-se ao piano, puxava sua Lalá com seu lulú, ouvia seu pai tocar violão e, na vitrola, Roberto Carlos.
Brigava com o Fábio e sempre que apanhava dele, chegava chorando e puxando minha saia: - Mãe, o Fábio me bateu!
Cabelos lisos e escuros, olhos grandes, sorriso largo.
Chris de outrora pequenina, hoje estampada no Cauê.
Alegre, só sorrisos, comia terra do jardim, comia as cabecinhas os fósforos.
Regava as plantas, adorava banho, faceira e inteligente, eterna chupeteira.
Tres anos e meio depois, chegou Mariana: alegre, branquinha e risonha para logo depois, Mariana pequena chorona
Brigas? Claro que sim, mas amor muito também.
Passeios, fotos, filmes, aniversários.
Chris com dez anos completos, Maricota com quase sete, fui me embora. Enlouquecida de paixão, fiquei cega. Saí na madrugada, a crença era certa: logo viria buscá-las.
Fui pra rua na madrugada, atrás de um novo amor. Nem imaginava, que a culpa nunca me deixaria.
Tiveram vidas de ciganas, a cada tempo um novo teto, a cada tempo uma esperança: será por pouco tempo! Esse tempo durou muito até que voltaram pra mim adolescentes. Muitas preocupações, bastante diálogo, brigas e proibições.
Tinha minha vida centrada no casamento eterno que se acabou depois de onze anos; ilusão feita de sonhos dourados, achei que logo tudo se ajeitaria.
Novamente outra mudança, para junto do pai e sempre com a irmã. E logo o pai do Cauê, que em sua vida chegaria com muitos anos de mágoas e tristezas: o André precisava crescer, amadurecer. Filho de mãe castradora e a Chris sempre passando a mão em sua cabeça. Ela não conseguiu dizer adeus à ele, a vida lhe-disse antes.
Levou-a jovem, deixando sua gravura estampada nos olhos e nos cabelos lisos do seu menino Cauê...
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
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