terça-feira, 25 de setembro de 2007

Voz

- Oi, filho!

Essa frase eu ouvia da minha filha, quando chegava em casa falando com seu pequeno.
Hoje, não posso mais ouvir, ninguém mais pode escutar.
O seu "oi, filho!" soava como um canto, cheio de melodia, carinho e amor.
Minha guerreira e mãe partiu pra nunca mais voltar. Seu filho - e meu menino - está muito zangado, cansado e machucado.
Mãos de homens despreparados, mãos de pouco caso, tiraram sua mãe e levaram minha menina. Tenho enterrado em minha alma um metal gelado e afiado, que me corta a cada dia.
Hoje não posso mais ouvir, não posso mais escutar: oi, filho!
Ficou só na lembrança sua doce e calma voz: oi, filho!

O filho dessa filha amada e tão querida, levada para sempre por homens tão cruéis, ficou cheio de dor, muito machucado e seu pai nada entende de filho.
Saudade alucinada, que maltrata e judia; a dor no peito que nunca esvazia.
Filho sem mãe, mãe sem sua filha e a dor no peito que nunca esvazia.

Nenhum comentário: