quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Dor

Imensa como o oceano. Infinita, sem rumo, sem bóia, sem barco, sem salva-vidas.
Cheia de sal, com o sol escaldante, ondas gigantes de um verde brilhante, tendo o céu como guia.
Cheia de choro e de boca amarga, com mãos ressecadas, pele queimada; à deriva de um sonho, espero chegar à praia.
Chegando na areia de alma rasgada, sem direção, perdida, açoitada no coração.
Chegando na areia, enxarcada, cheia de algas, sangrando ferida pelas pedras, soluçando sem lágrimas.
Ao longe um monge, um frei de chapéu, um anjo sem asas caído do céu.
Uma moça de branco, um ramo de flores, com pés descalços e um sorriso encantado, prateada de estrelas, buscando o mar, partindo nas ondas, sumindo no ar.

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