sou carne, sou osso e coração
sou amargura, dor e revolta
nua, crua, mãe e as vezes madrasta
ingênua, louca, presa e solta
sou música, poesia e cansaço
ganho, perda e desaforo
sou busca, poeira, barreira, ventania e as vezes insana
vou crente, volto cética
vou na esperança, volto na angústia
sou sol morno, água fervente
bolhas de sabão, bolotas de algodão
tentativa de pureza com marcas de existência
tomando a frente, esperando o melhor
sou corpo de agonia, alma de correntes
buscando a cada dia, sonhando a todo instante
querendo a lua cheia, buscando as estrelas
fazendo promessas, ficando na espera
aflita, rejeitada, abandono
fui menina, fui ferida e fui susto
rua de terra, barranco, abacateiro
cobra, trator, mordida de cachorro
com um menino atrás da casa, da mãe a surra da ignorância
inocente no colo do vizinho, ingênua na safadeza do tio
correndo da vassoura, de tapa na cara na frente do namorado
fui medo de surra, pavor de pai
namoradeira, cheia de mentiras
brinquei com a vida e não percebi
sou passado, presente, quero ser futuro
estou apagada, quero me acender e ascender
estou paralisada, quero caminhar
estou assustada, meio apavorada, traída pela vida, pela crença que eu tinha
pensava no futuro de minhas meninas
ganhei um golpe do presente
tenho minha Mariana, filha que tanto amo, mas não consigo ter paz
tenho meus meninos queridos, mas não tenho sossego de alma
tenho a mim e os amigos, mas falta um pedaço de mim
busco tudo que posso para deixar essa fala
mas minha boca não cala, meu peito não se aquieta
meu coração não entende, minha cabeça não para
desassossego, desencanto, canto sem luz
gira o mundo, corre o carro, escorre a água
toca a sirene, a musica e o sino
ladra o cão, a fome cresce, o povo padece
a vida caminha, o dia amanhece, chega a noite e a lua aparece
sou amargura, dor e revolta
nua, crua, mãe e as vezes madrasta
ingênua, louca, presa e solta
sou música, poesia e cansaço
ganho, perda e desaforo
sou busca, poeira, barreira, ventania e as vezes insana
vou crente, volto cética
vou na esperança, volto na angústia
sou sol morno, água fervente
bolhas de sabão, bolotas de algodão
tentativa de pureza com marcas de existência
tomando a frente, esperando o melhor
sou corpo de agonia, alma de correntes
buscando a cada dia, sonhando a todo instante
querendo a lua cheia, buscando as estrelas
fazendo promessas, ficando na espera
aflita, rejeitada, abandono
fui menina, fui ferida e fui susto
rua de terra, barranco, abacateiro
cobra, trator, mordida de cachorro
com um menino atrás da casa, da mãe a surra da ignorância
inocente no colo do vizinho, ingênua na safadeza do tio
correndo da vassoura, de tapa na cara na frente do namorado
fui medo de surra, pavor de pai
namoradeira, cheia de mentiras
brinquei com a vida e não percebi
sou passado, presente, quero ser futuro
estou apagada, quero me acender e ascender
estou paralisada, quero caminhar
estou assustada, meio apavorada, traída pela vida, pela crença que eu tinha
pensava no futuro de minhas meninas
ganhei um golpe do presente
tenho minha Mariana, filha que tanto amo, mas não consigo ter paz
tenho meus meninos queridos, mas não tenho sossego de alma
tenho a mim e os amigos, mas falta um pedaço de mim
busco tudo que posso para deixar essa fala
mas minha boca não cala, meu peito não se aquieta
meu coração não entende, minha cabeça não para
desassossego, desencanto, canto sem luz
gira o mundo, corre o carro, escorre a água
toca a sirene, a musica e o sino
ladra o cão, a fome cresce, o povo padece
a vida caminha, o dia amanhece, chega a noite e a lua aparece
e a perda?
real, ferida sem cura, buraco vazio.
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